Clássicos de Alfred Hitchcock chegam à Netflix em junho em celebração ao “Mestre do Suspense”

Em uma movimentação surpreendente para quem está acostumado a ver a Netflix focada apenas em produções originais, a plataforma acaba de anunciar uma homenagem especial a um dos maiores cineastas de todos os tempos. A partir de 1º de junho, assinantes brasileiros e americanos poderão mergulhar no universo de suspense e mistério criado por Alfred Hitchcock, com a chegada de uma coleção de clássicos do diretor ao catálogo.

Entre os filmes que estarão disponíveis estão obras-primas como “Vertigo”, “Janela Indiscreta”, “Frenesi”, “O Homem que Sabia Demais”, “Trama Macabra” e “Os Pássaros”. O icônico “Psicose”, que redefiniu o gênero de terror psicológico, já está disponível na plataforma para os assinantes dos EUA.

A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo que inclui não apenas o ambiente digital, mas também uma experiência cinematográfica física. Em paralelo ao lançamento no streaming, a Netflix organizará uma retrospectiva chamada “HITCH! O Influenciador Original do Cinema” no histórico Paris Theatre, em Nova York, entre 16 de maio e 29 de junho.

Celebração no único cinema de tela única de Manhattan

O Paris Theatre, adquirido pela Netflix em 2019, é o único cinema de tela única que ainda resiste em Manhattan e também o maior, com 535 lugares. A programação da retrospectiva contará com mais de 50 filmes, sendo 36 dirigidos pelo próprio Hitchcock e outros inspirados por seu legado ou que dialogam diretamente com sua obra.

Um detalhe que certamente agradará aos cinéfilos é que 35 dos filmes serão exibidos em cópias em 35mm, incluindo não apenas os clássicos hitchcockianos como “Intriga Internacional” e “Um Corpo que Cai”, mas também obras influenciadas por ele, como “A Noiva Usava Preto”, de François Truffaut, e “As Diabólicas”, de Henri-Georges Clouzot.

“O cinema de horror e suspense continua dominando o entretenimento e estamos resgatando as raízes desse apelo duradouro. As influências que Hitchcock absorveu e as técnicas que ele pioneiramente desenvolveu durante sua carreira ainda projetam uma longa sombra sobre a sede cada vez maior do público moderno por emoções e arrepios”, destaca o comunicado oficial da Netflix.

Você pode saber mais sobre filmes

Além dos clássicos

A coleção digital também incluirá filmes inspirados pela influência duradoura de Hitchcock, como “Nós”, de Jordan Peele, e “Barbarian”, de Zach Cregger, além do longa biográfico “Hitchcock”, dirigido por Sacha Gervasi.

Ted Sarandos, CEO da Netflix, comentou recentemente que a “experiência comunitária” do negócio de salas de cinema é “uma ideia ultrapassada”, observando que a maioria das pessoas nos EUA não consegue “caminhar até um multiplex e assistir a um filme”. No entanto, ao ser questionado sobre a aquisição do Paris Theatre, ele fez uma distinção importante: “Não o salvamos para salvar o negócio dos cinemas. Nós o salvamos para preservar a experiência cinematográfica.”

Para os fãs de Hitchcock no Brasil, que não poderão comparecer às exibições em Nova York, resta a expectativa de que a coleção digital seja disponibilizada também por aqui – algo que a Netflix ainda não confirmou oficialmente para nosso mercado.

Este movimento da Netflix ocorre em um momento em que o legado de Hitchcock continua vivo de várias formas na cultura pop. Recentemente, foi anunciado que Kevin Williamson, criador de “Pânico”, está desenvolvendo uma série de TV reimaginando “Janela Indiscreta”, enquanto a série “Monsters” da Netflix já escalou Tom Hollander para interpretar o próprio Hitchcock em sua terceira temporada, que abordará a história de Ed Gein, o assassino que inspirou o personagem Norman Bates de “Psicose”.

Para entusiastas do cinema de suspense e terror psicológico, esta retrospectiva representa uma oportunidade rara de revisitar ou descobrir as obras que estabeleceram os alicerces do gênero e continuam influenciando gerações de cineastas até hoje. Como o próprio Hitchcock costumava dizer em sua clássica série de TV “Alfred Hitchcock Apresenta”: “Boa noite e tenha pesadelos agradáveis…”

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